Dicionário abreviado do surrealismo
R$ 105,00
Descrição
Um dicionário para abrir os sentidos e libertar as palavras de seus significados costumeiros. Filosofia, poesia, collage e humor negro convergem nesta publicação em que André Breton e Paul Éluard condensam a investigação fascinada dos surrealistas pelos dicionários e seu potencial poético. Publicado pela primeira vez em 1938, o Dicionário abreviado do surrealismo finalmente chega ao Brasil em edição inédita das Edições 100/cabeças com tradução e notas de Diogo Cardoso.
“A imagem surrealista mais forte é aquela que apresenta o mais elevado grau de arbitrariedade, que requer mais tempo para ser traduzida em linguagem prática”, escreve André Breton no verbete sobre a palavra “imagem”. Este livro-collage, ricamente ilustrado com mais de 200 reproduções, é ferramenta fundamental para quem se interessa pelo movimento surrealista, assim como uma porta de entrada para aqueles que desejam mergulhar pela primeira vez nesse universo onírico.
“Neste Dicionário abreviado do surrealismo, André Breton e Paul Éluard demonstram que o caminho da representação é uma via de mão dupla em que transitam os demônios da analogia. Logo, qualquer palavra pode representar um objeto que lhe é estranho”, escreve Elvio Fernandes na quarta capa.
Idealizado como catálogo para a IV Exposição Internacional do Surrealismo em janeiro de 1938, na Galerie des Beaux-Arts, o Dicionário apresenta ao público leitor um panorama da experiência imagética do surrealismo internacional e informações a respeito dos poetas e pintores que construíam o movimento surrealista na época.
Amizade criadora
A publicação original do Dicionário está localizada entre o Segundo manifesto do surrealismo (1930) e o exílio de membros do movimento provocado pela ocupação nazista da França (1940), uma década de profusão criadora, posicionamentos e de rupturas. Nesse período, Paul Éluard esteve ao lado de Breton. “A relação entre Breton e Éluard teve a medida de uma amizade criadora, com um fervor partilhado intensamente entre dois homens que iriam instaurar entre si uma verdadeira estima fraternal, como Breton afirmara tantas vezes”, escreve Ameli Jannarelli no texto que completa esta edição.
“A despeito disso”, ela observa, “outros tantos acontecimentos cuidaram de afastá-los, até que em 1938, no ano de publicação deste Dicionário, Breton e Éluard rompem definitivamente. Embora existam poucos registros sobre o que teria levado a esta decisão de ambos, suas trajetórias poéticas seguiram em paralelo. Breton afirmaria nas entrevistas concedidas a André Parinaud, em 1952, que nada poderia ter afetado tanto o surrealismo como a ruptura com o fraterno amigo”.
Sobre os autores
André Breton (1896-1966) foi um poeta e escritor nascido em Tinchebray, na França. Criou com Louis Aragon e Philippe Soupault a revista “Littérature” em 1919. Ao lado de Soupault publica “Les Champs magnétiques” (1920), obra em que exercitam a escrita automática. Juntou em torno de si o grupo de artistas e poetas que deu origem ao movimento surrealista, do qual foi fundador junto de Louis Aragon, Paul Éluard, René Crevel, Michel Leiris, Philippe Soupault, Robert Desnos e Benjamin Péret. É autor do “Manifesto do Surrealismo” (1924), do “Segundo manifesto” (1930), e de “Prolegómenos a um terceiro manifesto ou não” (1942), além de diversas obras poéticas, como “Nadja” (1928), “O amor louco” (1937), “Arcano 17” (1944), entre outros, tendo dirigido e editado diversas revistas do movimento surrealista. Foi um dos intelectuais mais atuantes do século XX, opondo-se a todo tipo de autoritarismo. Manteve contato com artistas no mundo todo, espalhando a chama revolucionária do surrealismo durante toda sua vida.
Pau Éluard (1895-1952). Um dos nomes mais importantes do movimento surrealista, o poeta começa a se corresponder com Breton em 1919, e logo passa a frequentar o grupo formado por Breton, Aragon, Soupault e Péret. Em 1920, edita a revista Proverbe (1920-1921). Em 1924, participa da redação do tractUn cadavre, contra Anatole France. Em 1927, adere ao partido comunista aolado de outros surrealistas, que publicam a plaquete Au grand jour,relativa ao acontecimento. Rompe com o grupo em 1938. Lutando ao lado da Resistência, se torna um nos maiores nomes no combate contra a ocupação nazista com destaque para o poema “Liberté”.
Ficha técnica
Título: Dicionário abreviado do surrealismo
Autores: André Breton e Paul Éluard
Tradução: Diogo Cardoso
Perfil biográfico dos autores: Ameli Jannarelli
Quarta capa: Elvio Fernandes
Projeto Gráfico: Daniel Justi
Preparação e revisão: Elvio Fernandes
Número de páginas: 175
Formato: 17,5 x 21,5
ISBN: 978-65-87451-18-3
Preço: R$ 105,00
Ano da publicação: 2024