Do erotismo: considerado em suas manifestações escritas e do ponto de vista do espírito moderno

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Descrição

Robert Desnos

Do erotismo: considerado em suas manifestações escritas e do ponto de vista do espírito moderno

Jogo de luz e sombras, sugestão e provocação, corpos ascendidos, signos do amor, caminhos do desejo em busca da beleza convulsiva. O erotismo empreendeu sua trajetória poética e iluminou diferentes autores desde a antiguidade, passando pela literatura medieval, mas “pertence propriamente ao espírito moderno”, como destaca o surrealista Robert Desnos em Do erotismo: considerado em suas manifestações escritas e do ponto de vista do espírito moderno com tradução de Alexandre Barbosa de Souza, texto publicado em 1923.

No livro, Desnos apresenta sua visão filosófica e libertária do erotismo em um inventário crítico sobre o tema em autores e obras de diferentes épocas e lugares, com destaque para Guillaume Apollinaire e Marquês de Sade. Rabelais, Baffo, Aretino, Mariana Alcoforado, Théophile Gautier, Pierre Louÿs, Charles Baudelaire e Sacher-Masoch estão entre os nomes que passam pelo escrutínio do autor.

“São artistas e poetas que se lançaram nas fogueiras noturnas do desejo, da busca pelo erótico carnal e amoroso que os surrealistas evocaram plenamente, para além de suas obras, em suas vidas”, escreve Alex Januário na apresentação. No ensaio de Desnos, que ele classifica como um trabalho de arqueologia sobre o tema, Alex Januário aponta que as particularidades de cada autor e obra são examinadas de modo a dar a dimensão do erótico em um plano geral. “Suas verves amorosa e erótica fundem-se nestas páginas”.

Do erotismo foi publicado originalmente em 1923, ano que precedeu a publicação do Manifesto do surrealismo (1924), no qual André Breton aponta Desnos como aquele que possivelmente mais tenha se aproximado da verdade surrealista. Assim como Desnos, o erotismo é essencial para o surrealismo, sendo evocado e celebrado em diversos textos do movimento.

“Toda filosofia é incompleta, se a moral não contiver uma ‘ERÓTICA’”, destaca Desnos no prefácio da obra. “Que homem atento à poesia, inquieto pelos mistérios contingentes ou ocultos, não adora se afastar nesse retiro espiritual onde o amor é ao mesmo tempo puro e licencioso no absoluto?“.

Sobre o autor

Robert Desnos (Paris, 1900 – campo de concentração de Terezín, Tchecoslováquia, 1945). Foi um dos membros mais ativos do movimento surrealista, presente desde 1921, ao lado de Benjamin Péret, Paul Éluard, Louis Aragon, Philippe Soupault e André Breton. Desnos marcaria profundamente os primeiros anos da aventura surrealista, principalmente com sua participação nas sessões de sono hipnótico realizadas no ateliê de Breton, na rue Fontaine
42 onde, em comunicação telepática com Marcel Duchamp (a quem não conhecia), revela o significado do jogo de palavras Rrose Sélavy. Em estado de transe, Desnos também faz desenhos automáticos, muitos deles representando o destino e a morte de alguns surrealistas.

Colabora nas revistas Littérature (1919–1924) e La Révolution surréaliste (1924–1929). Lutando na resistência francesa durante a Segunda Guerra, Desnos buscou os caminhos da poesia enquanto clarividência. Suas Chantefables pour les enfatssages foram publicadas enquanto o autor estava preso pelo regime nazista no campo de trabalhos de Flöha, na Alemanha, em 1944. Sobre o poeta, Breton atesta no Manifesto do surrealismo (1924): “Dentre nós, foi talvez quem mais se aproximou da verdade surrealista (…). Ele lê em si como em um livro aberto, e nada faz para reter as folhas que se desvanecem no vento de sua vida”.



Ficha técnica

Título: Do erotismo: considerado em suas manifestações escritas e do ponto de vista do espírito moderno
Autor: Robert Desnos
Tradução: Alexandre Barbosa de Souza
Apresentação: Alex Januário
Projeto Gráfico: Guilherme Pacola
Encadernação: Brochura
Número de páginas: 88
Formato: 13 x 18 cm
ISBN: 978-65-87451—15-2
Preço: 68,00
Ano da publicação: 2023